
Ensino bilíngue no Brasil
Na edição desta semana do blog CNA na Escola, o diretor de educação do CNA, Marcelo Barros, fala sobre o ensino bilíngue no Brasil e as mudanças que a BNCC traz para o ensino da língua inglesa. Confira.
Acabamos de “sair” de uma geração em que o ensino de inglês estava, sim, presente na sala de aula, mas era muito comum os alunos complementarem o aprendizado em cursos externos, aulas particulares e extras. Na sua opinião, o ensino de idiomas no Brasil atingiu maturidade suficiente para mudar esse cenário?
Marcelo Barros – Não só na minha opinião, como também de instituições reconhecidamente sérias – como o British Council, por exemplo – definitivamente não. Isso porque as iniciativas eficazes para ensino de inglês ainda são muito localizadas e respondem pelos somente cerca de 3% a 5% dos brasileiros que declaram ter conhecimento do idioma.
A boa notícia é que, ainda que irregularmente, o assunto vem ganhando espaço na “ordem do dia” dos assuntos abordados no âmbito da Educação. A má é que, na esteira disso, surgem muitas iniciativas que não têm a consistência mínima necessária para garantir bons resultados de aprendizagem. Ou seja, a existência dessas “ilhas de excelência” pode mascarar o quadro indigente do ensino de inglês na maior parte das escolas públicas e mesmo particulares.
Por outro lado, quando se fala em Ensino Bilíngue, o tema vinha acompanhado de apreensão dos educadores, com relação aos parâmetros, normatizações e até avaliação da metodologia. Esse quadro, hoje, está diferente?
Marcelo Barros – Mais uma vez, ainda não nos parece que esteja muito diferente. Existem, sim, razões para a apreensão, já que a ausência de referências e parâmetros para o ensino bilíngue, amplamente disseminados e adotados no país como um todo, dificulta a aferição consistente da jornada de aprendizagem dos alunos.
O olhar do texto da BNCC para o ensino da Língua Inglesa trouxe, a seu ver, benefícios para a implementação de metodologias de bilinguismo nas unidades escolares?
Marcelo Barros – Certamente. O texto traz uma visão multifacetada e contemporânea da aprendizagem de idiomas estrangeiros. Quando isso se concretizar, significará uma grande evolução – talvez até uma ruptura – em relação ao que atualmente é feito na imensa maioria das escolas brasileiras.
Pensando nas exigências e propostas das diretrizes educacionais (como as próprias habilidades socioemocionais), gostaria que você discutisse um pouco sobre essa pergunta: Qual inglês ensinar?
Marcelo Barros – Excelente pergunta! E a resposta mais concisa que consigo elaborar é: o inglês que faz sentido para o contexto daqueles alunos. Expandindo um pouco, acreditamos que seja uma visão diversificada do idioma, abordando as diferentes manifestações culturais e linguísticas dos seus falantes – lembrando que estes são só os “nativos”. Além disso, é fundamental que exista uma visão de ensino e aprendizagem que não limite a oferta do idioma estrangeiro somente de forma técnica, mas que enxergue o aprendiz como um ser multidimensional.
Que produtos o CNA oferece para unidades escolares dispostas a aplicar esse modelo em sala de aula? Quais os resultados registrados?
Marcelo Barros – O CNA oferece uma miríade de produtos para escolas que desejem ser parceiras. O programa CNA na Escola apresenta os formatos Extracurricular, Curricular, Integral e Bilíngue, além das opções CNA na Universidade e CNA na Escola Pública. Os resultados registrados pelas escolas parceiras comprovam que a união de esforços com uma instituição especialista no ensino de idiomas, como é nosso caso, é extremamente eficaz não só na condução do processo, como na obtenção de seus resultados – por meio de certificação internacional de proficiência, por exemplo.
Gostou do tema e quer saber mais? No podcast CNA na Escola – Episódio 1, Marcelo Barros e Claudia Costin falam sobre o impacto da BNCC no ensino de inglês. Clique aqui e ouça!

Biografia do entrevistado:
Marcelo Barros
Diretor de Educação do CNA, rede de franquias com mais de 600 escolas de idiomas em todo o país. Foi duas vezes presidente do BRAZ-TESOL, a maior associação de professores de língua inglesa do Brasil.